quarta-feira, 10 de setembro de 2014



TRISTE NOITE

Noite vazia
Fria
Noite de insônia
Os olhos pregados no relógio
Ao longe o canto do galo madrugador
E eu pensando:

Onde andará, onde andará o meu amor?

sonia delsin


ADEUSES

Os adeuses são doloridos
São como pedaços de vidros

A nos fatiar o coração

sonia delsin 

terça-feira, 9 de setembro de 2014


DEITO OS OLHOS...

Deito os olhos no rio
O rio do tempo
Deito os olhos no gramado
do passado
Deito os olhos nos teus olhos, meu doce amado


sonia delsin 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014



TALVEZ

talvez eu falasse
talvez eu me calasse
nos ventos de ontem
...
antes eu era assim
intempestiva

sonia delsin 


E SE VAI...

escorre-me por entre os dedos
...
vai-se, vai-se
- o sofrer
- o esperar
- o desejar
vai-se

escorre-me

sonia delsin 
NOSSA FELICIDADE

Quero tua felicidade
E a minha
A nossa felicidade
Então esqueçamos o ontem
O antes
O antigo
Vivamos o hoje



sonia delsin 

quarta-feira, 3 de setembro de 2014



MORRER?

No sonho eu dizia
Eu repetia:
Não quero ir
Não posso
Não quero
Há tanto a fazer
...
Morrer?
É mudar de lugar
Mas eu não queria mudar
Ainda não
Tanto a fazer por aqui
Tanto a fazer
...
Morrer?



sonia delsin 


SUAVE NOITE

Você me tocava e eu quase morria
Sentia uma alegria
Uma vontade de reter o momento
Sobrou alguma coisa?
Sofrimento?
Sobrou a lembrança
Sobrou lá no fundo
Uma pequena esperança

 sonia delsin 


SEU OLHAR

Seu olhar me prometia
Eu acreditava
E escrevia
Seu olhar tocava as fibras de meu ser
...
Hoje em dia
Ah! Hoje em dia eu penso:
Te esquecer?
Como esquecer algo que nos aquece?
Ao lembrar seu olhar minh’alma ainda estremece

sonia delsin


VAGA-LUMES

Meus olhinhos brilhavam
Brilhavam como vaga-lumes
Vaga-lumes
Luzinhas
Ilusões
Vinham nos tições

sonia delsin


segunda-feira, 1 de setembro de 2014



O PLANETA

O planeta está magoado
O planeta está acabado
...
Foi um sonho
Ai, que bom ter acordado!
Foi triste de se ver
Cinza pra todo lado
Ai, que dor!
Quanto desamor!
O planeta só precisa de amor
De consciência

E de amor

sonia delsin


COLHEMOS O QUE PLANTAMOS

A semente boa cai na terra
A semente boa há de vingar
...
A terra está judiada
Precisamos reflorestar
Precisamos nos conscientizar
A terra está a clamar
O planeta geme
O planeta treme
Em seu eixo ele treme
Não podemos ignorar

sonia delsin  


PAZ DURADOURA

Busquei a paz
A paz duradoura
Encontrei a paz
A paz duradoura
A paz
A paz

A paz...

sonia delsin 


QUE FOI FEITO DAQUELE TEMPO?

Que foi feito da magia daqueles dias?
Que foi feito das alegrias?
Das cantorias?
De nosso ser...
Que foi feito do beijo demorado?
Do abraço apertado?
Que foi feito de nós?
Aperta-me o peito
São as mós
As mós dos moinhos
Dos moinhos do tempo

sonia delsin


AMO DÁLIAS

Amo dálias
Sandálias
Amo a liberdade
Dos dedos
dos pés
Amo a liberdade de meu ser
Adoro viver
Voo de encontro ao renascer
...
Ao anoitecer
Ao alvorecer

sonia delsin 


ESTOU INDO...

Sonhei
Não importa se era sonho
Era forte
a sensação que ele me trazia
A agonia
Sonhei
Sonhei que partia
Que deixava o planeta
Fazia para dona morte uma careta
E ia
Fazer o quê?
Se ela dizia que era a hora de ir eu precisava obedecer
Há horas em que penso
Que há de ser? Deste ser que sou que há de ser?
Viver? Morrer? Reviver? Remorrer?
Somos passageiros da eternidade
Desta vez eu não queria ainda ir, mas fui indo, indo...

sonia delsin 


INESQUECÍVEL

Teu rosto mora em minhas lembranças
Teu rosto e principalmente teu sorriso
Guardo também tuas mãos carinhosas
Nossa! Como eram gostosas!
E guardo tua voz
Na verdade, na verdade, guardo tudo

Tu és inesquecível

sonia delsin 

ROUPAS QUARANDO

Tantas vezes me pego devaneando
Vou ao encontro do passado
Voo até um tempo que se mantém guardado
Antonia estendia as roupas no gramado
Para quarar, branquear
Ela tinha braços fortes
Braços de lavadeira
Trabalhou a vida inteira
Por que a guardo?
Porque ficava impressionada com seu jeito de ser
Simples, bom
Era uma mulher de fibra
Tantos afazeres, vários filhos e uma vida difícil não a assustavam
Nem o tanque, nem as bacias
Seus filhos eram suas alegrias
Parece que a ainda a vejo estendendo as roupas
Parece que a vejo

Lagrimejo

sonia delsin 


NOBREZA, RIQUEZA, POBREZA

eles são tão ricos
imensamente ricos
e tão pobres
“dizem” que são nobres
mas são tão pobres
dariam a vida por uma vida que não tem
são “alguém”
são “ninguém”

sonia delsin


SIGO ASSIM

não era bem um jardim
era um lugar de sonho
era um lugar
incomum
era um
“jardim”
dentro de mim
se o perdi?
nem cheguei a tê-lo
...
sem o jardim
eu sigo assim


sonia delsin 


TARDE DEMAIS

Você me dizia
É cedo
Eu dizia
É tarde
Tarde demais
Onde foi parar o nosso mundo almejado?
Nosso mundo de paz

sonia delsin 


COISAS QUE NÃO SE PODE MUDAR

Não sabia viver sem teus olhos
Sem tuas mãos
Sem teu sorriso
Mas foi preciso


sonia delsin 


SÃO TOMÉ

fecho os olhos e vejo o monte
o cruzeiro
vejo a pirâmide
o caminho do peregrino
vejo a igreja
o mirante
a  gruta
a pracinha do Extrator
são Tomé das Letras,
lá nas Minas Gerais
és uma cidade encantada

sobre uma montanha de pedra fostes fundada

sonia delsin 


LENTAMENTE

Caminho lentamente
Vou contente
No meu passo miúdo
Vou buscar o mais belo por de sol jamais visto
No viver insisto

sonia delsin 


A LÁGRIMA DO PALHAÇO

Ele que nos fazia rir
Chorava
No travesseiro
Ele sentia solidão
Dor no coração
Ele se escondia atrás da maquiagem
A lágrima ficava guardadinha para mais tarde
Para a cama fria, vazia

sonia delsin 


TUA PARTIDA

Tua morte
Tua morte me entristece
Entro em prece
Penso em dias luminosos
Em sorrisos tão gostosos
Ao pé da cama
Nós duas conversando
Na varanda
Nós duas olhando...
... admirando
a vida
Tia, tu vais e o mundo parece que encolhe um pouco
Aqui tudo é muito louco
E aí aonde tu chegas?
Como é aí?

 sonia delsin 


ÉS TÃO POBRE

Há quem diga:
Ele é um nobre
Eu penso
És tão pobre
Tão mesquinho
Tão áspero nas palavras
Tão egoísta
Tão racista
És tão pobre
Tens apenas e tão somente dinheiro
E o dinheiro nem tudo pode comprar
Qualquer hora vais desabar

sonia delsin 


RESPLANDECENTE

jardim de luz
uma cruz
lá no alto
um sinal
de glória
de vitória
ainda que tenha existido tanta dor
quanto amor!

sonia delsin